quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Resultado da Minha Biópsia

Bom dia, tentei scaner o resultado da minha biópsia mas a impressora aqui não tá muito afim de trabalho hoje não, então vou digitar o resultado tal como está no exame. Pode ser interessante pra quem está passando por tumor parecido, pode servir como uma fonte de duvida, esclarecimento, troca de experiência.
Informes clínicos: ID:26 Neurossarcoma? Rabdomiossarcoma? (s,ck,so)
Natureza do Material / Orgão: PARTES MOLES
Laudo: Exame Anatomapatológico
Macroscopia: 
Região Clavicular esquerda - Diversos fragmentos irregulares pardo avermelhados medindo em conjunto 13,0x 7,0 x 3,5 cm e pesando 95,0 gramas. Aos cortes são pardo avermelhados e de consistência firme elástica. 1=2-3=VFS
Microscopia e Conclusão:
Cortes de tecido fibroadiposo apresentando lesão caracterizada pela proliferação de células fusiformes sem atipias dispostas em feixe multidirecionais. De permeio notam-se vários pequenos vasos circundados por discreto edema. Não se observam mitoses ou áreas de necrose. Há pequenos focos de hemorragia e esparso infiltrado inflamatório mononuclear associado. A lesão infiltra o músculo estriado esquelético. Identificam-se ainda 3 linfonodos com discreta histiocitose sinusal. Não é possível avaliar as margens devido á fragmentação da amostra.
Achados compatíveis com o tumor desmoide extra-abdominal.
Linfonodos (3) livres de neoplasia.
Fonte: Instituto Roberto Alvarenga
Procedência: Hospital Madre Teresa
Médico: Dr. Paulo Randal Pires - CRMMG: 10425
Clinica: José Alexandre Reale Pereira
Belo Horizonte, 04 de janeiro de 2012


Esse foi o resultado do que tinha no meu ombro esquerdo que infiltrou o meu músculo e ainda tá me dando uma pouco de dificuldade para movimentar. 
Hoje dia 29/02/2012 estou indo no oncologista agora na parte da tarde, vamos ver o que ele tem de novo pra falar.
Bom era isso, assim que tiver mais novidades coloco no blog.
Galera, se quiserem perguntar algo, mandar ideias, relatos fiquem á vontade, podem me mandar por email: fernanda-cunha2@hotmail.com
ou me add no face: http://www.facebook.com/fefecunha22
Abraço!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Meu caso (segunda parte)

Como colocada na última postagem continuarei relatando o meu caso.
Bom parei na parte em que operei no dia 27/12/11, continuando....
Como disse a cirurgia durou de 7:30h até 13:00h, foi longa, muito tempo na sala de cirurgia,  anestesia geral, intubação, a parafernália toda que tem direito.
Ali começava a minha reação, logo após a cirurgia, já no quarto sem o efeito da anestesia notei que minhas dores passaram, já conseguia deitar sem ser incomodada, sem dificuldade para respirar, naquele momento tive a certeza que a recuperação pós cirúrgica era apenas questão de tempo. 
Fiquei internada por apenas um dia, tive alta no dia 28/12/11, porém foi uma noite longa a do dia 27, tive três quedas de pressão que realmente me derrubaram, uma delas foi pior, suei como se tivesse andado em baixo de um sol o dia todo no deserto e correndo, a enfermeira não queria falar pra quanto minha pressão caiu, mais tivemos informação que ela foi a 5, realmente ali eu temi, ali eu achei que ia morrer mesmo, pior sensação do mundo, mais voltei, quando tava melhor, bem melhor, tomei um medicamento direto na veia, um não, três e me deu uma reação alérgica horrível, passei muito, muito mal, não lembro direito como melhorei, só sei que acordei no dia 28 bem, afinal era minha alta e tava louca pra ir pra casa, isso me ajudou muito a ficar boa, porém ai vou me levantar pra tomar banho e o que acontece? Outra queda de pressão, mas fui cuidada e melhorei. 
Uma coisa interessante foi isso, as quedas de pressão, foi a etapa mais difícil da minha recuperação pós cirúrgica, mesmo em casa ainda tinha muitas.
Bom, o resto vocês imaginam né, repouso absoluto, curativo imenso no ombro, inchaço, vermelhidão, hematomas, reveillon na cama, mais feliz, afinal sem dores, quer coisa melhor?
Tirei meus pontos no dia 03/01/2012 em BH, depois voltei novamente em 26/01/12 segundo meu médico to bem, evoluindo bem, ainda não consigo levantar o braço por completo, to com enfraquecimento muscular, mais consigo usar minha mão normalmente, escrevo, como, tudo normal, ainda tenho um pouco de formigamento, principalmente em dois dedos, um pouco de dormência no ante-braço, mais sem dores e perto do que eram os formigamentos e dormências não tenho é nada.
Agora estou indo para outra etapa do tratamento, como disse anteriormente esse tumor é agressivo, ele pode voltar, agora é hora de tratar pra ele não voltar com medicamentos e radioterapia, que ainda não sei como será e se será realmente necessário, acho que sim.
E a partir de agora relato o que o meu outro médico, o oncologista vai me fala, daqui pra frente é com o Dr. Thiago Mendonça da Cunha.
E vamos ver o que me aguarda, compartilho com vocês por aqui.
Abaixo algumas fotos que encontrei nesse período quando o tumor já estava visível, não tenho muitas fotos, porque usava roupas tampando, também algumas é no hospital, elas ficaram ruins porque minha bateria estava acabando, e outras é no período de recuperação até a retirada dos pontos. 
Ah! Antes que me esqueça, quase não dá pra notar a cicatriz, foi muito bem feita, é uma linha e com o passar do tempo vai ficar cada vez mais fina, ainda tá um pouco inchado, mais tá diminuindo, depois coloco foto dela também.
Bom é isso...vamos além agora....


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Meu caso (primeira parte)

Queridos, estou no segundo dia do blog, e já temos mais de 160 visitas, acho que o pessoal está interessado, buscando informações, muita gente comentou comigo que nunca tinha ouvido falar  desse tumor, pois bem, nem eu mesmo. Escutei esse nome, desmoide, em janeiro desse ano quando peguei o resultado da minha biopsia.
Enfim, vou postar mais umas coisinhas ai que encontrei sobre esse tumor, mas nesse momento quero compartilhar com todos o meu caso, comecei o blog por esse motivo, porque dei isso e mal falei de mim, então vamos lá.
Bom, o caroço, nódulo, tumor (o nome que você achar melhor), apareceu na região da clavícula esquerda, pra ficar fácil de entender, era no meu ombro, perto do pescoço, no inicio não estava visível, não dava pra perceber nada, e tudo começou com uma dor no braço, uma dorzinha chata que me incomodava fazer coisas simples, como escrever, com o passar do tempo foram formigamentos e dormência no braço, cheguei a pensar em problemas do coração, já que existe uma coisa hereditária na minha família com esse histórico, enfim fui em um médico que me disse que era tendão, que estava rompendo, me passou uns remédios que não fizeram diferença nenhuma, enfim a dor continuava, e ai o tumor começou a crescer e ficar visível, era notório aquilo perto do meu pescoço e as dores, dormência, formigamento, a dor cada vez mais forte. Fui em alguns médicos mas nada de encontrar o motivo, até que fui em um médico na rede publica da minha cidade, Dr. Ronan,  porque queria um pedido para fazer uma ultrassonografia do local, já que em radiografia nada aparecia, nessa altura eu sozinha já estava desconfiada que só podia ser um tumor, o que foi confirmado pelo médico radiologista, Dr. Rodrigo, foi claro e direto: "isso é um tumor e aqui em Formiga/MG não tem médico para isso, vá a um bom médico que ele te encaminhará para um especialista". E foi dito e feito, fui ao Dr. Gustavo Sansoni que no mesmo instante já me encaminhou para B.H., em um médico que pudesse me operar, e ai entrou o Dr. Paulo Randal Pires, que fez a cirurgia, nessa altura minhas dores já eram insuportáveis, não conseguia respirar direito, caminhar pra mim era um sacrifício, já estava sem vida social, porque a dor era tanta que para aguentar tinha que deitar, ou seja, doía menos se ficasse quieta, sem fazer nada, deitadinha, isso foi até o dia 19/12/11 quando tive minha primeira consulta com o Dr Paulo e já marcamos a cirurgia para uma semana depois, no dia 27/12/11. 
Bom, mais isso dá cirurgia em diante conto em outro post, senão vai ficar tudo muito grande aqui.
Em breve continuo.
Mais, nesse primeiro post quero deixar um aviso, um recado: Fiquem atentos a sintomas, seja para qualquer doença, não fique segurando dor, mal estar, vá ao médico se sentir qualquer coisa, e mesmo se não sentir, faça exames regulares, preventivos, exames de mamografia as mulheres, homens depois dos 40 percam o preconceito e vá ao urologista e faça exames de próstata, gente saúde é muito importante, não dá pra descuidar.
Se alguém tiver com sintomas como eu tive, ou tá vendo algum caroço crescer no corpo vá ao médico, por favor gente, não se acomodem, com saúde não se brinca.
Em breve continuo com meu caso.
Abraço!


Fotos minhas onde está claro que ainda não tinha o nódulo, caroço, mas já estava começando a ter dores (fotos entre 2008 e 2010)
O tumor se localizava na minha clavícula esquerda, perto do pescoço.



Diferença entre tumor e câncer você sabe?

Gente, quero colocar uma informação muito importante aqui, a diferença entre tumor e câncer, vale a pena dá uma paradinha ai e ler.
O que nós chamamos de câncer ou tumor (o nome correto é Neoplasia), é apenas uma célula que sofreu mutação em seu DNA (alguma letra do código foi alterada) e ela não se reconhece mais como fazendo parte de um tecido, sendo assim ela faz a única coisa que uma célula sozinha no meio de tantas poderia fezer: começa a sofrer atividade mitótica (multiplicação) que nem uma louca. Então tudo começa com apenas uma célula, que se divide e vira duas (Mitose), dessas duas saem quatro, que geram oito, daí vem dezesseis, 32, 64, 128, 256, 512, 1124... etc, etc e tal. Em pouquíssimo tempo você tem formado o famoso tumor cancerígeno.
Agora que você já sabe o básico, vamos em frente...
Tumor é qualquer aumento de tamanho em algum tecido do corpo, um inchaço como é conhecido popularmente, então essa palavra pode ser desiguinada para caracterizar uma Neoplasia, tanto maligna quanto benigna.
O câncer caracteriza apenas os tumores malignos, então não existe a expressão: "fulana está com um câncer benigno". Câncer foi o nome dado para especificar todos as Neoplasias malignas, para evitar confusões e facilitar a vida de quem fala. Então quando for benigno você deve dizer: "tumor benigno"; e quando for maligno diga apenas "câncer".
As Neoplasias podem matar de várias formas, mas de modo geral acontece o seguinte: conforme as células mutantes vão se multiplicando e o tumor vai crescendo, ele começa a "furtar" para sí vasos sanguíneos que estejam perto, ora sangue é vida, e até mesmo células mutantes precisam dele para sobreviver e se multiplicar. Desta maneira algumas células mutantes podem ganhar corrente sanguínea e se espalhar por todo o corpo (Metástase), criando assim inúmeras complicaçôes. Imagine vários caroços crescendo desenfreadamente em várias partes de seu corpo, não é legal não. Obs: A Metástase acontece apenas em casos de Câncer.Cada tumor que nasce em um local do corpo, prejudica o bom funcionamento daquele tecido, além de roubar parte de seu suprimento sanguíneo, ele lesiona o tecido do órgão, e pode causar processos inflamatórios terríveis.
O termo benigno é usado para indicar um tumor que não apresenta capacidade de sofrer Metástase, ou seja, se retirado com ato cirúrgico, ele provavelmente não ocorrerá de novo, como o tumor benigno é local, ele geralmente não causa muitas complicações, dependendo do local onde se encontra, é claro (um tumor benigno no Cérebro, iria causar muiiiitas complicações). E maligno significa lógicamente o contrário, mesmo que o tumor venha a ser subjugado, mais cedo ou mais tarde ele retornará para atormentar.
Ufa... é a última. Bem, não existem registros comprovados que um tumor benigno tornou-se maligno e vice-versa (até hoje).

Espero ter sido bem esclarecedor essa diferença. Repassem!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tratamento pelo SUS



Gostaria de falar nesse post uma coisa muito importante, é sobre o tratamento pelo SUS.
As vezes muitos não tem noção do preço que é pra o tratamento particular de tumor, câncer, é caro minha gente, muito caro. Consultas médicas, remédios, quimio, radio e por ai vai. 
Só que cada cidadão, tem direito de ter o tratamento bom e eficaz pelo SUS.
Concordo que o SUS não funciona muito bem, mais para doenças como câncer, HIV, Parkison, Esclerose Múltipla e mais algumas tem que funcionar bem, muito bem. É direito de cada um.
Por isso que estou escrevendo isso, quero que vocês opinem como que está o SUS da cidade, estado de cada um.
Batem o pé gente, se você ou alguém que conhece precisa do SUS, é direito, e tem que ser tratado muito bem, com dedicação e os melhores procedimentos. 
Vou colocar aqui alguns links sobre o tratamento pelo SUS.
Vamos fazer o certo e o que tá bagunçado favor governo colocar em dia, começando pela minha cidade, Formiga, MG.
Segue o link do INCA também, comparem o que dizem nesse site que é governamental com os sites de reportagem.
Também vou colocar em postagens aqui no blog o que esta falando nesses sites, em postagens que colocarei a seguir.
Sites:
http://www.tdahi.com.br/index.php/novos-artigos/135-como-conseguir-remedios-gratuitos-atraves-do-sus.html
Prefeitura de Varginha/MG (como que eles fazem lá)
http://www.varginha.mg.gov.br/component/content/article/8024-bom-pastor-e-referencia-em-tratamento-de-cancer-pelo-sus-em-minas-gerais
INCA
http://www.inca.gov.br/situacao/arquivos/acoes_tratamento_cancer_sus.pdf
FOLHA
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/999709-tratamento-de-cancer-pelo-sus-atrasa-e-e-insuficiente-diz-tcu.shtml
Uai
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_45/2011/11/05/ficha_saudeplena_saude/id_sessao=45&id_noticia=46003/ficha_saudeplena_saude.shtml

Definições de T.D. (texto muito bom, leiam principalmente as mulheres)

 Também denominado fibromatose agressiva ou fibromatose músculo-aponeurótica, é neoplasia originária do tecido conjuntivo das aponeuroses músculo-esqueléticas. 
Freqüentemente confundida com sarcomas de baixo grau de malignidade, sua denominação 
deriva-se do grego (desmos) pela distribuição tecidual em faixa (estoriforme) que mimetiza os tecidos encontrados nos tendões. 
Caracteriza-se do ponto de vista evolutivo por não possuir potencial metastático, ter exuberante capacidade de crescimento local com acentuada tendência à invasão de tecidos ou órgãos contíguos, altos índices de recidiva e, curiosamente, pela possibilidade de cura espontânea.
São tumores raramente descritos, com incidência estimada de 0,2 a 4,3 por 100.000 habitantes. Acometem com maior freqüência portadores de PAF e, em especial, os doentes com síndrome de Gardner, nos quais se desenvolvem em até 20% dos casos. Caldwell, em 1976, estudando 50.316 espécimes cirúrgicos ressecados, refere que somente pôde observar 17 casos de TD. 
Entre nós, referem que até 1986 haviam sido publicados 14 casos de TD, tendo acrescentado mais 19 casos em pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da FMUSP em período de sete anos. O surgimento da forma esporádica da neoplasia (não associada a PAF) é evento de extrema raridade, com incidência anual estimada entre dois a cinco casos por milhão de habitantes.
De maneira geral os TD acometem preferencialmente o sexo feminino, contudo, quando se analisa sua incidência nas diferentes faixas etárias, verifica-se que ela é significantemente maior durante a fase fértil da mulher, entre a segunda e a terceira décadas, estudando a velocidade de crescimento do tumor em relação ao sexo e à faixa etária em 86 doentes, verificaram que em homens, independente da idade, e nas mulheres, antes da menarca, a velocidade de crescimento do tumor é baixa. Todavia, nas mulheres em idade reprodutiva a velocidade de crescimento do tumor dobra, decaindo rapidamente após a menopausa.
A gravidez também aumenta significativamente o aparecimento dos TD. Speranzini et al. verificaram que das 14 pacientes estudadas apenas uma não possuía antecedente de gestação. Na maioria das vezes o TD surge durante ou após a segunda gestação (30 a 59% dos casos), aumentando de tamanho principalmente no último trimestre gestacional, à semelhança da doente do presente relato. 
Com menor freqüência pode surgir no puerpério e, quando isso acontece, geralmente é diagnosticado nos três primeiros anos de seguimento pós-parto.
Estes achados sugerem que os hormônios sexuais femininos, particularmente os estrógenos, possam desempenhar papel importante no crescimento deste tipo de fibromatose.
Quanto à localização, podem ser divididos em extra-abdominais, abdominais e intra-abdominais, apresentando variações na sua localização segundo o sexo e a faixa etária. Nas mulheres antes da menarca e nos homens, os TD geralmente são extra-abdominais, ao passo que nas mulheres em idade reprodutiva possuem marcante predisposição pela parede abdominal. Nos tumores de localização abdominal, a parede anterior, e em particular o músculo reto abdominal, é a região mais freqüentemente atingida. Com relação ao tamanho pode ter dimensões variadas, desde poucos centímetros até tumores de grandes proporções que se estendem para a parede do tórax, podendo invadir órgãos das cavidades abdominal e torácica.
No passado, diversas teorias foram propostas para explicar a etiopatogenia dos TD e entre elas merecem destaque a teoria traumática e a endócrina. Na traumática supõe-se que o traumatismo muscular provocado pela distensão da musculatura abdominal decorrente da gravidez, pelo esforço muscular durante o trabalho de parto ou ainda pela incisão cirúrgica levaria à ruptura de fibras musculares. A reação inflamatória necessária para a reparação tecidual se faria de modo desproporcional ao trauma, originando o tumor. O surgimento de TD intra-abdominais em cerca de 20% dos doentes submetidos a ressecções do cólon para o tratamento cirúrgico da PAF é evidência irrefutável do papel exercido pelo traumatismo tecidual como fator desencadeante da neoplasia.
Na doente do presente relato não existiam antecedentes de traumatismos abdominais pregressos no local de desenvolvimento do tumor. 
Sua última gravidez ocorreu quatro anos antes, por cesariana, sem que houvesse desenvolvimento de qualquer anormalidade na incisão cirúrgica. Quando do surgimento do tumor encontrava-se na 17ª semana de gestação, período este em que não havia distensão significativa da parede abdominal que pudesse provocar ruptura de fibras musculares. A cicatrização da ferida operatória se fez de modo normal, tendo o TD surgido em região bem distante da incisão cirúrgica. 
Tais fatos dificultam a hipótese de que o traumatismo isolado pudesse ser imputado como único fator causal.
A maior ocorrência de TD durante a gestação e no período pós-parto, em mulheres em idade reprodutiva, bem como a raridade da neoplasia antes da menarca e após a menopausa fez com que alguns autores sugerissem que o aparecimento do TD poderia estar relacionado à influência tecidual dos hormônios sexuais femininos.
A contagem de receptores estrogênicos no tecido neoplásico obtido de mulheres portadoras de TD é significativamente maior quando comparada ao tecido normal, verificando-se ainda a maior presença de receptores estrogênicos quando comparado aos progestagênicos. O papel dos estrógenos no desenvolvimento deste tipo de neoplasia fica corroborado pelas evidências de que mulheres com TD abdominais geralmente possuem, ao longo da vida, maior dominância hormonal estrogênica do que progestagênica. Tais evidências sugerem forte relação entre os níveis de estrógenos e o desenvolvimento dos TD.
Estudos recentes em doentes portadores de síndrome de Gardner demonstraram a existência de mutações genéticas específicas associadas a maior possibilidade de desenvolvimento dos TD. Existem evidências de que o surgimento da forma isolada da neoplasia (não associado a PAF) também possa estar relacionado a alterações genéticas semelhantes.
Na PAF mutações do códon 1444 do gene APC localizado no braço longo do cromossomo cinco em seu exon 15 formam uma proteína APC anômala que teria papel importante no desenvolvimento da doença. Dependendo do códon genético onde a mutação ocorre, a expressão fenotípica da doença teria maior ou menor predisposição ao desenvolvimento dos TD. A presença de deformidades ósseas (exostoses e cistos) em doentes portadores de TD não associados a PAF também reforça esta possibilidade.
Tais observações sugerem que possa existir alteração genética prévia nas enfermas que desenvolvem os TD durante ou após a gestação e que fatores como trauma tecidual ou níveis estrogênicos contribuiriam, de forma significante, para o desenvolvimento e crescimento do tumor. Infelizmente, por tratar-se de metodologia restrita a poucos centros, não foi possível realizar o estudo genético no caso descrito no presente relato.
A radiografia simples do abdome é de pouca valia nos TD da parede abdominal, pelas dificuldades em definir precisamente a localização do tumor e o envolvimento de tecidos ou órgãos próximos. A ultra-sonografia do abdome possui melhor acuidade diagnóstica, porém quando comparada à tomografia computadorizada e ressonância magnética apresenta menor precisão na avaliação do comprometimento de tecidos e órgãos vizinhos. Na doente do presente relato a tomografia computadorizada não só permitiu a correta localização do tumor como excluiu o comprometimento de órgãos intra-abdominais.
O exame histopatológico estabelece o diagnóstico definitivo.
 A biópsia percutânea deve ser evitada pela possibilidade, em caso de sarcomas, de disseminar o tumor no trajeto da punção, optando-se, sempre que possível, pela biópsia cirúrgica com remoção completa da lesão respeitando margens de pelo menos dois centímetros.
 O exame macroscópico geralmente demonstra tumor de consistência firme, desprovido de cápsula, com abundante neoformação vascular na superfície externa. A superfície de corte apresenta características semelhantes às externas, podendo existir áreas de aspecto gelatinoso principalmente no centro do tumor. A microscopia mostra que a neoplasia é constituída de células fusiformes, com pequenos núcleos em fuso distribuídos longitudinal e transversalmente, com raras figuras de mitose, imersas em abundante substância amorfa rica em colágeno. Observa-se maior população celular nas zonas periféricas do tumor, enquanto a região central é preenchida por maior quantidade de colágeno. A presença de fibras musculares comprimidas e células gigantes é achado comum nas zonas mais periféricas da neoplasia.
O tratamento de escolha para os TD é a extirpação cirúrgica, que deve ser praticada com amplas margens de segurança. O emprego de biópsia de congelação das bordas ressecadas para confirmar a remoção completa da neoplasia pode ser empregada.
 Nos tumores de maiores dimensões que necessitem remoção de grande segmento da parede abdominal, à semelhança da doente do presente relato, as próteses cirúrgicas (tela de márlex, polipropileno ou PTFE) podem ser utilizadas.
 Nos tumores irressecáveis ou naqueles em que a remoção cirúrgica demonstrar margens comprometidas, a radioterapia pode ser empregada com objetivo de diminuir os altos índices de recidiva.
Drogas antiestrogênicas (tamoxifeno) e antineoplásicas (doxorrubicina, vincristina), imunossupressores (ciclosporina), corticóides (prednisona) e antiinflamatórios não hormonais (indometacina, sulindac) vêm sendo utilizados no tratamento medicamentoso dos TD, com resultados promissores.
 Recentemente tivemos a oportunidade de utilizar o sulindac em doente portadora de síndrome de Gardner que desenvolveu extenso TD de parede abdominal após colectomia total, em que houve remissão completa do tumor um ano após o início do tratamento.
 Devido aos altos índices de recidiva após a ressecção cirúrgica, que chegam a ocorrer em 45% dos casos, optou-se, na doente do presente relato, pelo uso do sulindac de maneira preventiva. Após um ano de terapia contínua não houve evidências clínicas ou tomográficas de recidiva da doença, confirmando a validade do uso da droga não só no tratamento do TD, como também na prevenção das recidivas.
Apesar da raridade da doença, o obstetra deve estar atento à possibilidade de ocorrência do TD durante o período gestacional, recomendando, o mais rapidamente possível, a terapia cirúrgica e medicamentosa adequada, evitando com isso o comprometimento visceral e a necessidade de operações extensas com inevitáveis seqüelas estéticas e funcionais.

Tumor desmóide da parede abdominal durante a gravidez

RESUMO
Tumores desmóides são neoplasias do tecido conjuntivo, caracterizadas por apresentarem crescimento exclusivamente loco-regional, recorrência freqüente e mínimo potencial metastático. Acometem principalmente portadores de polipose adenomatosa familial dos cólons, sendo sua ocorrência isolada extremamente rara. São mais freqüentes nas mulheres em idade reprodutiva e durante a gravidez. Descreve-se um caso de tumor desmóide de grandes proporções, localizado na parede abdominal, que surgiu a partir da 17ª semana em gestante sem antecedentes de polipose adenomatosa familial. A neoplasia foi totalmente extirpada utilizando-se prótese de polipropileno para reconstituição da parede abdominal. Atualmente a doente encontra-se bem, um ano após a cirurgia, em uso de antiinflamatório não hormonal para prevenção de recidivas.

Mulher branca, com 26 anos, secundigesta, com antecedentes de cesariana há quatro anos, notou a partir da 17ª semana de sua segunda gravidez o aparecimento de tumor localizado na face anterior do abdômen, no hipocôndrio esquerdo, inicialmente de pequenas dimensões e que apresentou crescimento importante no último trimestre de gestação. Deu à luz por meio de cesariana em 30 de abril de 2003, indicada por pós-datismo, a RN eutrófico pesando 3.860 g. Não foi realizada a ressecção cirúrgica do tumor concomitante ao parto. Apresentou evolução pós-operatória favorável, recebendo alta hospitalar no 3º dia após o parto. Durante o acompanhamento puerperal houve crescimento acentuado do tumor passando a provocar desconforto e dor à compressão local. Negava antecedentes de trauma abdominal no local do tumor antes ou durante a gestação bem como não possuía antecedente familiar de PAF. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral negando perda ponderal expressiva. Em 27 de novembro de 2003 o exame físico do abdome revelava tumor com 8,0 por 7,0 centímetros de diâmetro, localizado no hipocôndrio esquerdo, que se iniciava três centímetros abaixo do rebordo costal, estendendo-se, no sentido caudal, até a cicatriz umbilical. O tumor possuía consistência firme e mobilidade limitada, sendo doloroso à compressão. A pele que recobria o local encontrava-se preservada, sem sinais inflamatórios ou de infiltração neoplásica.
A radiografia simples do abdome em posição ântero-posterior mostrava opacidade na região correspondente à lesão, sem áreas de calcificação, não permitindo afastar o comprometimento de órgãos da cavidade abdominal. A tomografia computadorizada do abdome demonstrava imagem hipodensa, sólida, arredondada, de contornos regulares, medindo 9,0 x 7,5 cm, localizada na parede abdominal anterior na topografia do músculo reto abdominal, com preservação da pele e do peritônio parietal, não havendo sinais de extensão para a cavidade abdominal. O tumor provocava compressão extrínseca, deslocando o estômago no sentido posterior. Os demais aspectos tomográficos intra-abdominais eram normais (Figura 1).


Devido à possibilidade de tratar-se de neoplasia maligna e pelo risco potencial de disseminação, não foi realizada biópsia por punção percutânea, optando-se pela excisão cirúrgica em monobloco, realizada em 4 de novembro de 2003. A ressecção foi realizada por meio de incisão longitudinal, elíptica, englobando pele, tecido celular subcutâneo e o folheto anterior da aponeurose do músculo reto abdominal, que se encontrava espessado e com aumento da vascularização na região da neoplasia. O tumor foi totalmente extirpado, respeitando-se margem cirúrgica de dois centímetros (Figura 2).




O folheto posterior da aponeurose do reto abdominal também apresentava a mesma proliferação vascular, havendo, contudo, nítido plano de clivagem com o peritônio parietal, que não foi seccionado. A extirpação resultou em área de aproximadamente 15 cm de extensão longitudinal e 10 cm de extensão lateral desprovida de todas as camadas musculares da parede abdominal. Para reconstituição do defeito cirúrgico resultante utilizou-se tela de polipropileno fixada nos folhetos músculo-aponeuróticos remanescentes do músculo reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e transverso. Em virtude do extenso descolamento tecidual necessário para fixação da prótese optou-se pela colocação de dreno tubular de sucção contínua exteriorizado por contra-abertura.
O exame macroscópico revelou massa nodular, de coloração vermelho-esbranquiçada, consistência firme, desprovida de cápsula, com exuberante proliferação vascular, medindo 10,5 x 10 cm e pesando 550 g. À secção longitudinal o tumor era sólido, pardo-esbranquiçado, com áreas centrais de aspecto edematoso e localizado entre os folhetos anterior e posterior da aponeurose do músculo reto abdominal. O exame microscópico demonstrou lesão mesenquimatosa composta predominantemente de células fusiformes em arranjo estoriforme com núcleos pleomórficos e raras figuras de mitose. O interior da lesão, ao contrário da sua zona periférica, apresentava baixa celularidade. Estas células encontravam-se imersas em estroma fibroso com tonalidade basofílica, rico em colágeno e que assumia padrão fibrilar e reticular. Nas regiões mais periféricas a neoplasia mostrava íntima relação com fibras musculares estriadas comprimidas, atrofiadas, e de permeio, tecido adiposo maduro. Diante dos achados pôde-se firmar o diagnóstico de fibromatose extra-abdominal desmóide (tumor desmóide).
Após a intervenção cirúrgica a doente apresentou evolução satisfatória, tendo recebido alta no 4º dia pós-operatório, em 28 de dezembro de 2003. A partir do primeiro retorno ambulatorial, com o diagnóstico estabelecido de tumor desmóide, passou a receber anti-inflamatório não hormonal (sulindac) na dose de 400 mg/dia para prevenção de recidivas e omeprazol 40 mg/dia para proteção gástrica. O antiinflamatório foi mantido na dose inicial por seis meses e a partir de então reduzido para 200 mg/dia. No momento de seu último retorno, em três de fevereiro de 2005, encontrava-se bem, em uso de sulindac, sem sinais clínicos ou tomográficos de recidiva da doença.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032005000500009&script=sci_arttext

O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIM

Em um outro blog que tenho escrevi esse texto sobre minha doença em 02/02/2012 e gostaria de compartilha-lo aqui com vocês também.





Já faz muito tempo que não escrevo no blog. É que os últimos dias foram difíceis, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, literalmente muitas emoções.
E como tudo que gosto e passo divido aqui com vocês pelo blog, gostaria de dividir mais uma coisinha que vivi. Só que dessa vez não se trata de nada romântico, nem nada haver com a falta de humanidade com a humanidade, nem das chuvas em Minas e nem da seca no Sul. Quero falar de algo bem meu, pessoal.
Há algum tempo percebi que estava ficando doente, começou com uma sensibilidade na mão esquerda, que se passou para o braço inteiro, antes não me incomodava nada, seguia com a vida normalmente, com o passar do tempo, esse meu braço começou a doer muito, ao ponto de não conseguir respirar direito de tanta dor, ai como tudo que dói é hora de procurar um medico, e foi o que fiz, mais já fiz com atraso, deixei passar tempo demais.
Bom, no fim novembro de 2011 simplesmente o caroço enorme que estava perto do meu pescoço, no ombro, era a causa de tudo.
Em dezembro fui ao medico e na outra semana estava em cirurgia, foi uma cirurgia demorada, em torno de 6 horas, e o que tinha era um tumor, que estava prejudicando os nervos do meu braço, e que podia causar a perca total da movimentação do mesmo.
Muitos dos meus amigos ainda não sabem do que operei, alguns acreditam que era tendão rompido, ou sei lá o quê, mais por aqui irão saber que não.
Pelo que pude entender era um turmo raro, chama tumor DESMOIDE, particularmente nunca ouvir falar e nem o medico que me operou, que por sinal é simplesmente excelente.
A parte boa? Tumor benigno, sem neoplasia.
A possível parte ruim? Fazer radioterapia, coisa que ainda não sei.
A parte excelente? É que nunca estive tão bem como estou agora.
A cirurgia foi um sucesso, as dores acabaram, os meus movimentos estão voltando aos poucos, minha vida está normal, fez um mês dia 28/01/2012 que operei e estou muito, muito boa mesmo.
Poderia ficar chateada por está passando por isso tudo? Poderia sim. Poderia argumentar porque isso foi acontece logo comigo, com 26 anos esta passando por isso? Poderia sim, mais não, não faço nada disso, sabe por quê?
Tem gente em sofrimento muito maior, mais muito mesmo.
Operei em um hospital muito bom, particular, em BH, nem parece um hospital, mais estive andando por outros e vi quantas pessoas sofrem, o quanto os médicos lutam em hospitais públicos para salvar vidas, porque estão ali por vocação a medicina e não porque é bonitinho ser medico.
Hoje eu tô bem, aprendi muito mais vendo sofrimentos alheios do que com a minha doença.
Se virá a radioterapia? Ainda não, sei, não mesmo. Mais assim sendo é simplesmente a pura vontade de Cristo, e é Dele que vem a minha força, a minha fé e esperança que tudo, tudo já deu certo, não é que vai dá certo, já deu.
Agradeço á Deus por ter guiado às mãos do Dr. Paulo Randal Pires e a equipe toda para me operar e ter sido o sucesso que foi. Agradeço por ter uma família que teve presente, um pai que teve junto, e uma mãe maravilhosa que não saia de perto de mim nem pra eu tomar banho....(risos)
Agradeço aos poucos amigos que vi nessa hora que tenho, mais que são extremamente importantes na minha vida, não vou colocar nome, senão por falha de memoria posso esquecer um, mas o importante é que eles sabem.
Agradeço aos familiares em especial os da minha mãe, tios, tias, primos, avos, mas presentes do que tudo, são extremamente importantes pra mim.
E no mais todo mundo, do trabalho, da vizinhança, da balada...hehehe...
Obrigado!
Obrigado meu Deus por entender que é na fraqueza que sua força se aperfeiçoa.
E meu recado a todos é o seguinte:
1° Se mantenha bem humorado, bom humor sempre, sempre vai valer a pena.
2° Trabalhe como se tudo fosse por sua conta e ore como se tudo fosse por conta apenas de Deus.
3° E ultimo, não desista, que Ele ainda tá te falando todos os dias quando acorda: O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIM!

Relato de caso

TUMOR DESMÓIDE EM REGIÃO CERVICAL



Paciente masculino, 40 anos.  Foi encaminhado ao ambulatório de Cirurgia de Cabeça e Pescoço com tumoração em região cervical posterior com extensão de 14 cm, endurecida e móvel. Havia sido tratada anteriormente em outro serviço, e o laudo anatomopatológico evidenciou lesão proliferativa fusocelular e o estudo imunoistoquímico complementar sugeriu fibromatose musculoaponeurótica de partes moles. Linfonodos cervicais clinicamente negativos. À Tomografia computadorizada cervical, massa extensa em dorso à esquerda com plano de clivagem. Realizada ressecção da tumoração e rotação de retalho miocutâneo. O novo laudo anatomopatológico sugeriu fibromatose desmóide com margens cirúrgicas livres. Paciente segue em acompanhamento há 6 meses, sem sinais de metástase ou recidiva.
A maioria dos casos desse tipo de fibromatose localiza-se em região pélvica, porém os casos que acometem a região de cabeça e pescoço apresentam-se mais frequentemente na região cervical como o caso apresentado. O tumor desmóide é uma neoplasia com altos índices de recidiva, 25% quando é possível realizar a ressecção completa e 80% quando a ressecção é incompleta. O caso apresentado trata-se de uma recidiva tratada anteriormente em outro serviço, portanto não há a informação sobre as margens obtidas na primeira ressecção. Foi feita a opção pela ressecção cirúrgica agressiva com margens amplas, sem tratamento adjuvante. O paciente encontra-se em seguimento há 6 meses, sem sinais de  recidiva.

A Doença:
Tumor desmóide é uma fibromatose rara não metastizante oriunda do sistema musculoaponeurótico profundo. De acordo com o local de ocorrência, pode ser classificado em intra-abdominal, abdominal e extra-abdominal.  Esta representa um terço dos tumores desmóides e pode ocorrer em qualquer parte do corpo, afetando principalmente adultos, com pico de incidência entre 25 e 35 anos. Apenas 10% a 25% dos tumores desmóides extra-abdominais localizam-se na região de cabeça e pescoço, com maioria localizada em região supra-clavicular seguida de face, cavidade oral, couro cabeludo e seios paranasais. A etiologia é incerta, porém fatores genéticos, endócrinos e iatrogênicos podem precipitar a doença. Ao contrário de outras neoplasias benignas de cabeça e pescoço, este tumor apresenta alto grau de agressividade local, chegando a invadir estruturas neurovasculares importantes. A ressecção inicial agressiva com margens amplas é importante para evitar recidivas e o papel da terapia adjuvante ainda é controverso.


Fonte: 40° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial
Autores: ISELENA CLAUDINO BERNARDES , LORENA SOUSA OLIVEIRA, DANILO RODRIGUES CAVALCANTE LEITE, RODRIGO DE SOUZA MENDES SANTIAGO MOUSINHO, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO


Extra-Abdominal

Existem tumores desmóide como o próprio titulo diz, extra-abdominal, que foi o meu caso, pois dei na região da clavícula esquerda. Abaixo uma pouco mais sobre esse tipo.



Tumor Desmóide Extra-Abdominal são profundos, raras e benignas, 
o que significa que não se espalham para outras partes do corpo (metástase).
Tumores desmóide também são chamados de fibromatoses agressivos.
Eles têm esse nome porque são fibroso, semelhante ao tecido de cicatrização, 
e podem crescer agressivamente no músculo circundante, tendões, articulações e até mesmo osso. 
Eles podem alcançar tamanhos significativas. 
Apesar de serem normalmente de crescimento lento, às vezes pode crescer rapidamente, 
simulando um processo maligno ou canceroso.

A causa:
Ainda não é conhecida surgem geralmente em apenas uma área, 
mas às vezes eles podem aparecer em vários locais. 
A  doença pode ser associado com polipose adenomatosa familiar,
 uma anormalidade genética em que pólipos potencialmente malignas desenvolver no revestimento do intestino.
Isso apóia a teoria de que desmoides ter uma causa genética, mas outras teorias têm sido exploradas - incluindo causas hormonais e traumáticas - sem conclusões definitivas.

Os sintomas:
As crianças mais velhas e adultos jovens até a idade de 40 são mais propensos a ter tumores desmóide,
 geralmente ocorrem em homens e são mais comuns no ombro e na nádega, 
seguido pela parte de trás da coxa e joelho, braço e antebraço.
O sintoma mais comum é uma massa levemente dolorosa, firme ou fixo em um braço ou perna.
Às vezes a lesão pode crescer rapidamente, causando dor e restringindo o movimento nas articulações próximas. Embora eles raramente são fatais, os tumores desmóide podem invadir os nervos locais e vasos sanguíneos. 
Isto pode resultar em dor e incapacidade de movimentos.

Diagnostico:
Um exame físico completo é o primeiro passo no diagnóstico preciso dos tumores desmóide.
O seu médico irá avaliar o tamanho e a consistência da massa, bem como seu efeito sobre a pele sobrejacente, comprimento dos membros e movimento das articulações adjacentes.
A ressonância magnética dá ao seu médico informações sobre o tumor. 
Uma ressonância magnética pode mostrar o tamanho geral e o local da lesão e 
se existe qualquer envolvimento de circundante estruturas vitais.
A biópsia é necessária para confirmar o diagnóstico.
Durante uma biópsia, uma amostra de tecido da lesão é tomada. 
O procedimento pode muitas vezes ser realizada no consultório do médico. 
Isto oferece pelo menos duas vantagens: o local da incisão é pequena 
e o diagnóstico pode ser feita mais rapidamente.

O tratamento:
Tumores desmóide são imprevisíveis. Alguns tumores crescem a um ritmo acelerado. 
Isto pode causar preocupação para uma malignidade subjacente. 
Outros tumores permanecem inalteradas após o diagnóstico. 
Há mesmo casos de regressão espontânea. 
Este comportamento errático torna o tratamento difícil.
As opções de tratamento variam. Como um tumor desmóide é tratada pode depender da localização do tumor, 
as suas características, e preferências do paciente.

Tratamento Cirúrgico

A cirurgia para remover o tumor é o método de tratamento preferido. 
No entanto, pode ser difícil durante a cirurgia para determinar os limites do alcance do tumor. 
Isto é porque desmoides não são bem encapsulados. 
Em outras palavras, eles podem entrelaçar com outros tecidos. 
O tumor pode retornar após a cirurgia, com taxas de locais de retorno que variam de 25% a 68%.
Desmoides são notórias para invadir nervos vitais de um dos membros e dos vasos sanguíneos. 
Isto significa que a remoção completa do tumor pode prejudicar a função na área circundante. 
Em casos como estes, a cirurgia limitado combinado com tratamentos adicionais, tais como a radioterapia ou quimioterapia, podem ser bem sucedido.

Tratamento não-cirúrgico

Tratamento não cirúrgico, como a radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia e antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), têm sido usados ​​para tratar tumores desmóide. Os resultados têm sido mistos. 
A terapia de radiação quando a remoção completa do tumor levaria a grandes problemas em função ou desfiguração, a radiação pode ser utilizado em associação com outros métodos de tratamento. 
Tratamentos de radiação são geralmente iniciado duas semanas após a cirurgia. 
Os tumores tratados com uma combinação de cirurgia e radiação pode retornar entre zero e 40% do tempo, dependendo da extensão da doença.
Tumores desmóide tratados com terapia de radiação por si só pode voltar entre 12% e 31% do tempo.
A radioterapia é usada apenas se o esqueleto atingiu a maturidade.
As complicações da radioterapia incluem fibrose, necrose da pele, rigidez articular, osteonecrose, 
perturbação da placa de crescimento e dano neurovascular. 
Em alguns casos, a radiação pode instigar crescimento de tumores malignos, ou sarcomas.
Tratamento Químico, desmoides são conhecidos por terem receptores de estrogênio. 
Isto significa que os tumores desmóide pode ser estimulado pelo hormônio estrogênio. 
As drogas que bloqueiam a estimulação hormonal do tumor são por vezes eficazes 
no controle do crescimento do tumor.
NSAIDs, bem como inibidores de COX II podem ser eficazes no tratamento de tumores desmóide.
Baixas doses de drogas quimioterápicas são eficazes na gestão desmoides. O uso prolongado desses medicamentos é difícil devido aos efeitos cumulativos dessas drogas.
Ablação por radiofrequência e injeção direta no tumor com substâncias químicas irritantes, 
tais como ácido acético, também têm mostrado alguma promessa.
Reabilitação:
Após a cirurgia, a reabilitação é voltado para fortalecer os músculos. 
O objetivo é recuperar a função e amplitude de movimento no membro afetado e articulações vizinhas. 
Os pacientes muitas vezes trabalhar com um fisioterapeuta no início, 
que irá desenvolver um programa de reabilitação e exercícios. 
O programa pode ser continuado em casa ou em uma academia local. 
O tempo de recuperação depende da extensão do procedimento cirúrgico. 
Após o tratamento para um tumor desmóide, os pacientes consultem seu médico em uma base regular.
O médico irá monitorizar o seu progresso e avaliação de recorrência local. 
Durante as visitas de acompanhamento, o médico irá examinar a área e poderá solicitar exames, 
como ressonâncias magnéticas. 
Se um medicamento a longo prazo (terapia hormonal ou AINEs) tem sido prescritos para tratar o tumor, 
exames de sangue também podem ser encomendadas. 
Visitas de acompanhamento estão programados a cada três meses durante dois anos, 
e depois em intervalos de 6 a 12 meses. 
Pesquisa On the Horizon:
Uma nova pesquisa sob a forma de drogas melhores serão provavelmente o esteio para o tratamento de tumores desmóide. Drogas como o imatinib mostram alguma promessa no início da gestão desmoides.


O que é tumor desmóide?

O tumor desmoide é uma neoplasia não capsulada, localmente agressiva, originária dos fibroblastos dos tecidos músculo-aponeuróticos. Embora ele não tenha comportamento maligno, tal como capacidade de gerar metástases ou de invasão, o tumor desmoide tem uma alta capacidade de crescimento local, causando deformidades nos órgãos adjacentes, dor e, eventualmente, disfunção orgânica, dependendo da área envolvida.  Foi descrito pela primeira vez em 1832, recebendo, posteriormente o nome de desmoide para indicar sua aparência macroscópica (do grego "desmos", significa tendão ou ligamento)
Além disso, mesmo sendo tratado adequadamente com excisão cirúrgica, respeitando-se margens de segurança, apresenta alta taxa de recorrência local que pode variar de 25 a 77% ao ano. Pode surgir praticamente em qualquer idade e aparecer em quase todos os segmentos corporais. Embora os achados histológicos sejam bem característicos, atualmente, todo conhecimento a seu respeito se baseia apenas em alguns relatos isolados e em algumas pequenas séries de casos.
Fonte: 
http://www.scielo.br
Fernando Antonio Mourão Valejo 
Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE - Presidente Prudente (SP), Brasil.

Tumor Desmóide

Estou criando esse blog para acesso e informações de todos.
Estava dias olhando na net e buscando informações sobre esse tumor, e encontrei pouca coisas, então resolvi criar o blog.
Eu fui diagnosticada com esse tumor e fiz uma cirurgia para retirada dele no dia 27/12/2011, ainda estou me recuperando e entrando em tratamento, quais ainda não sei.
Até o próprio médico que me operou não tinha ouvido falar do tumor, que pelo que pude ver é raro mesmo.
Esse blog não é médico, é apenas a minha experiência com a doença e que ele possa servi de ajuda para pessoas que também tem ou tiveram o tumor desmóide e sabe muito pouco sobre ele.
Vou colocar aqui o que encontrar, vou coloca sobre as minhas conversar com meu médico e sobre o meu caso. 
E as pessoas que tiverem coisas para nos contar é só entrar em contato comigo pelo email: 
fernanda-cunha2@hotmail.com.
Espero poder ajudar as pessoas e ser ajudada também.
Abraço!